15.6.11

Crónica das nuvens que passam

Um homem aproxima-se do areal calçado com dois chinelos de dedo azuis, carrega num dos ombros um pára-vento azul enrolado, só as pontas de madeira saem fora do tecido, vem com uma mochila cinzenta nas costas, veste uma t-shirt cinzenta, as letras brancas escrevem uma palavra no peito, para baixo, na cintura, tem uns calçōes azuis em tecido fino, por baixo dos quais traz uns calções pretos em licra, mais curtos, para apanhar sol na maior superfície possível do corpo. Antes de chegar e de pousar no chão a toalha vermelha, antes de tirar a t-shirt, os calções e os chinelos de dedo, este homem, este rosto barbado, protegido da luz do dia por duas lentes de vidro verde escuro e aros dourados, este homem tem a cor do céu e das nuvens que passam.

Sem comentários:

Bob Dylan

Aquele bendito instrumento musical, a máquina de escrever, e os seus botões de onanizar tímpanos, as teclas, corpos fora do corpo,...