A importância da cor, nesta compra, posso explicar em dois tempos: ou preta ou verde escura. São estas as duas únicas hipóteses para a tinta que há-de pintar o quadro da minha futura bicicleta. O quadro terá de ser adulto, adulto no sentido de clássico, um que me permita pedalar, sem parecer deslocado do quadro, quadro aqui enquanto tela e enquanto esqueleto da bicicleta, esteja eu metido na compostura de um fato, na casualidade de uns jeans ou na descontração total de uns calções. É com esta lógica de conjugação que chegamos aos pedais. Os pedais não podem fugir ao padrão de critério anterior e deverão calçar com o mesmo à vontade a borracha dos chinelos, a pele dos sapatos e a lona das sapatilhas. Do selim não se espera um sofá, apenas se exige conforto. De resto, a buzina que apita, o guiador que guie e as mudanças que mudem. E claro, que os travões travem
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